(Fonte: https://corpolartemporario.wordpress.com/ )
“Um ensaio do hoje em duas partes”, poema de Matheus Guménin Barreto a partir do qual a poeta Lívia Bertges criou o poema visual “Pouso” (disponível no link acima).
“Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?”
“Tabacaria” (Álvaro de Campos)
Um ensaio do hoje em duas partes
arder de agoras
/
pesar na mão o pouco sol que nos cabe,
*
Tatear no ar o braço
a mão
o colo
Tatear à procura do
chão morno, circular
Tatear a obra só prometida
que talvez não se cumpra
Tatear o espelho
e não achar os olhos com que olha.