“Não pode o amor ser dissidente: sobre a poesia homoerótica de Matheus Guménin Barreto” – Revista Itinerários (UNESP) – 1-6.2019

(Fonte: https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/issue/view/727 )

* por Diana Junkes (poeta e professora de Teoria Literária e Literatura Brasileira da Universidade Federal de São Carlos [UFSCar])

RESUMO: Neste artigo, proponho a leitura, uma entre as várias possíveis, de um conjunto de sete poemas homoeróticos do poeta Matheus Guménin Barreto, que tem despontado como uma das mais interessantes vozes da poesia brasileira contemporânea. Nos poemas, que podem ser lidos como um só, um homem declara seu amor a outro homem, seu desejo. Reside aí a força poética do conjunto: na cena enunciativa e em seu desdobramento. A partir de um diálogo entre diferentes referências teóricas, empreende-se a análise do poema discutindo os (des)limites éticos, políticos e sociais do amor para repropor o uso do termo dissidente, uma vez que ele só cabe em um contexto social e cultural em que o homoerotismo é considerado fora da norma. Ultrapassando as razões políticas do uso do termo dissidente, proponho que a liberdade e a garantia dos direitos individuais só estarão estabelecidas quando nenhum amor for considerado dissidente, já que o amor desconhece outra lei que não a sua própria, articulada ao desejo e ao ser de cada um.
PALAVRAS-CHAVE: Amor homoerótico. Dissidência. Fronteira. Limiar. Matheus Guménin Barreto.

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